domingo, 28 de novembro de 2010

Brasil vai produzir Ritonavir

Medicamento, que não necessita refrigeração, será fabricado em parceria com oito países, sendo que Brasil fará a síntese. Intenção é garantir acesso universal

Conteúdo extra: Galeria de fotos
Pela primeira vez, uma cooperação entre oito países vai permitir a produção de uma formulação mais moderna pra Aids: o ritonavir termoestável (resistente ao calor). A parceria para produção do remédio ocorre entre Brasil, Argentina, Cuba, China, Ucrânia, Rússia, Tailândia e Kênia, desde 2004.
O princípio ativo veio da China, sendo que o Governo Brasileiro por meio de Farmanguinhos, fará a síntese do medicamento e a transferência de tecnologia para os demais. Por enquanto, o Brasil ainda precisa realizar os testes clínicos e pré-clinicos para ver como o organismo reage ao princípio ativo. Essa etapa ainda não tem previsão para ser finalizada.
“O governo Lula incorporou essas cooperações com países em desenvolvimento como uma prioridade política. Essa é uma via de mão dupla, onde todos saem ganhando”, explica o diretor do departamento, Dirceu Grecco.
Com a ampliação da cooperação internacional a idéia é fomentar o acesso universal em várias regiões do mundo. Os países participantes não podem cobrar um preço mais caro do medicamento que outros, a intenção é baratear a produção e tornar a rede multiplicadores da tecnologia.
Em alguns países, a cooperação se dá com entidades públicas e naqueles que não têm laboratórios públicos com o aparato tecnológico tão moderno, a parceria será com laboratórios privados.
O ritonavir comum já é oferecido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais ao paciente com resistência aos antirretrovirais comuns e o consumo corresponde a 2% do orçamento, são cerca de 38.650 pacientes que recebem o medicamento. A molécula termoestável - um polimorfo do primeiro – tem a vantagem de não necessitar de refrigeração. O ritonavir termoestável é produzido por um processo de extrusão, que oferece estabilidade ao medicamento.
Além de ser reconhecida internacionalmente, a política de aids também trabalha com a doação de medicamentos, uma forma de ajuda humanitária. Em 2009 foram doados tratamentos para mais de 6 mil pessoas. Todas as doações são de remédios produzidos no país por laboratórios oficiais e que não interferem na continuidade de tratamento dos pacientes brasileiros.
Mais do que os medicamentos, o Brasil oferece também capacitações, o consenso – documento com as diretrizes para fornecimento de antirretrovirais - para que os países possam basear suas decisões e a logística de distribuição.
O governo brasileiro também está montando uma fábrica de produção de antirretrovirais em Moçambique.
Todas estas decisões fazem da política de aids um modelo para os países em desenvolvimento. Mostra que o país, tem soberania, para decidir tanto em termos de saúde, como em níveis econômicos, quando faz um licenciamento compulsório do Efavirenz ou quando consegue reduzir preços dos medicamentos
Países que receberam doações (unidade – tratamento) em 2009:
  • São Tomé e Principé - 40
  • Cabo Verde - 220
  • Burkina Fasso - 200
  • Nicarágua - 200
  • Guiné Bissau - 3.000
  • Timor Leste - 25
  • Caricon - 432
  • Bolívia - 400
  • Paraguai - 1.704
http://www.aids.gov.br

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Concurso premia histórias de jovens que vivem com o vírus HIV


Jovens que vivem com o HIV estão convidados a compartilhar suas histórias e revelar um novo olhar sobre a epidemia, por meio da literatura. A proposta é o tema da segunda edição do concurso “Vidas em Crônica”, promovido pelo Ministério da Saúde. Serão premiadas as melhores histórias contadas por pessoas que vivem ou convivem com HIV.
A novidade desta edição é que os relatos serão narrados exclusivamente por jovens. As inscrições já estão abertas e se estendem até o dia 20 de setembro, por meio do site www.aids.gov.br/vidas.
“O jovem pode expressar, a partir da sua própria história, uma outra realidade. Isso servirá também para nós, gestores, podermos pensar nas políticas públicas focadas na maneira como eles estão vivendo”, explica Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
O Vidas em Crônica terá duas categorias: uma para quem vive e outra para quem convive com o HIV/aids. As 10 histórias finalistas serão adaptadas por um escritor e publicadas em uma revista especializada. Os dois primeiros colocados de cada grupo ganharão um computador. Os outros seis melhores trabalhos receberão menção honrosa e serão convidados para a cerimônia de entrega do prêmio, em evento promovido pelo Ministério da Saúde.
Podem participar jovens de 15 a 30 anos de idade – no caso dos menores de 18 anos, há necessidade de autorização dos responsáveis. Cada relato deve ter, no máximo, 3 mil caracteres, incluindo espaço. No ato da divulgação dos textos será preservado o sigilo dos autores, desde que solicitado. Entre os critérios de seleção serão avaliados a adequação ao tema, o respeito aos direitos humanos e a criatividade. A data provável de divulgação dos resultados é 8 de outubro.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Gel microbicida que reduz contágio do HIV desperta grandes expectativas em Viena

As reações foram entusiastas nesta terça-feira, em Viena, ao anúncio dos resultados de um estudo sobre um gel vaginal microbicida contendo um antirretroviral capaz de acarretar uma redução de até 54% no risco de infecção pelo vírus HIV entre as mulheres.
Bem utilizado, o gel poderá reduzir pela metade o risco, segundo pesquisa realizada junto de mais de 800 mulheres na África e tornada pública durante a Conferência internacional sobre a Aids.
Os microbicidas são produtos que podem ser aplicados na vagina ou no reto, mas o estudo em questão especifica, apenas, a utilização vaginal.
Os participantes da sessão plenária aplaudiram o anúncio, na manhã desta terça-feira, a ponto de a conferência a ser dada pelos autores do estudo ter sido deslocada para um salão maior, agora à tarde, devido ao interesse suscitado.
As preocupações com o financiamento da pesquisa, da prevenção e do tratamento da Aids parecem ter sido esquecidas no imenso auditório que acolhe até sexta-feira entre 20.000 e 25.000 pessoas.
O estudo, publicado no jornal Science, demonstra um efeito considerado notável do do gel vaginal no qual foi incluído um antirretroviral bem conhecido, o Tenofovir, a 1%.
Quando convenientemente utilizado, isto é uma vez 12h antes de uma relação sexual e uma vez 12h depois, em todas as relações, reduz em 54% os riscos de contaminação.
O estudo, intitulado Caprisa 4, foi realizado durante três anos junto a mais de 800 mulheres zulus (que não haviam desenvolvido a doença) de Natal, a região da África do Sul "onde a prevalência de soropositivos é a mais elevada no mundo", segundo o professor-doutor Jean-François Delfraissy, diretor da Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids (ANRS).
Lá, a circuncisão é rara (5% dos homens) e a contaminação é de 50% entre as mulheres de mais de 24 anos. Entre os parceiros do grupo estudado, o uso do preservativo era inferior a 20%.
As mulheres africanas representam 60% do total da contaminação no continente e o novo gel contribuirá para que decidam o próprio destino, sem depender da vontade incerta do parceiro.
"Damos esperança às mulheres. Pela primeira vez vemos resultados sobre um teste de prevenção iniciado e controlado por mulheres. Se for confirmado, um microbicida pode ser uma opção poderosa para a revolução da prevenção e nos ajudará a quebrar a trajetória da doença da Aids", disse em comunicado Michel Sidibé, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para HIV e Aids (Unaids).
"Este estudo marca uma etapa significativa tanto para a comunidade de pesquisa em microbicidas como para toda a prevenção da Aids. Como as mulheres constituem a maioria das novas infecções no mundo, essa descoberta é um passo importante para que uma população de risco tenha acesso a uma ferramenta de prevenção segura e eficaz. Mas como uma só forma (de prevenção) não é apropriada nem aceitável para todos, devemos continuar investigando toda uma série de meios, incluindo os microbicidas, os PrEP (antirretrovirais tomados antes da exposição, NDLR), as vacinas", disse, por sua vez, Anthony Fauci, diretor do Instituto de Doenças Infecciosas do National Institutes of Health americano.
Inúmeras questões são levantadas, no entanto, especialmente sobre a necessidade de dar prosseguimento ao estudo em escala maior.
Por Christine Courcol
Em Viena, Áustria
UOL - Ciência e Saúde

sábado, 19 de junho de 2010

HQ sobre Aids, gravidez e homossexualidade será distribuído em escolas públicas

Ilustradas por desenhistas da Marvel, as HQs serão distribuídas em escolas públicas 
Uso de camisinha, preconceito contra homossexuais, uso de álcool e drogas e prevenção da gravidez são temas de uma série de HQs ilustradas por desenhistas da Marvel que serão distribuídas em escolas públicas que fazem parte do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE).
O lançamento ocorreu nesta terça-feira (15), com a presença do ministro da Saúde José Gomes Temporão e o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny.
Desenhistas renomados como o brasileiro Eddy Barrows, atual desenhista do Superman (DC Comics), ilustraram as revistinhas. Eddy já emprestou os traços para Lanterna Verde e Spawn. Ilustrações de Júlia Bax, Edh Muller e Yure Garfunkel também podem ser vistas nas HQs.
Um guia para utilização em sala de aula pelo professor e um CD-ROM complementar – com jogos, perfil dos ilustradores, wallpapers e idéias de aplicação do material em sala de aula – vão auxiliar nos debates.
Criado em 2003, o SPE é uma iniciativa dos ministérios da Saúde e da Educação, com a parceria da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O programa tem como objetivo desenvolver estratégias para redução das vulnerabilidades de adolescentes e jovens por meio de atividades de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e da infecção pelo HIV. O programa envolve a participação de adolescentes e jovens (de 13 a 24 anos), professores, diretores de escolas, pais de alunos e gestores municipais e estaduais de saúde e educação.
Atualmente, o SPE tem grupos de trabalho integrados entre saúde e educação em aproximadamente 600 municípios.

Fonte: Uol Ciência e Saúde








domingo, 2 de maio de 2010

Dúvidas das meninas sobre a primeira vez

1- É verdade que a menina não corre risco de engravidar na primeira vez?
Corre risco, sim. A idéia de que o hímen na primeira transa protege contra a gravidez é uma grande bobagem. A menina precisa se proteger da mesma forma, usando um método anticoncepcional.

2- Posso pegar Aids na primeira vez?
Lógico que sim. Por isso a camisinha é o passaporte para uma vida sexual mais feliz, tranquila e segura.

3- Camisinha atrapalha e incomoda mais na primeira transa?
Não! A camisinha é a sua garantia de proteção contra DSTs, Aids e gravidez indesejada. Ela não atrapalha nada na primeira vez. O hímen é rompido da mesma forma, e a garota fica mais tranquila.

4- Vou ter sangramento na primeira vez?
A maioria das meninas tem um pequeno sangramento na primeira transa. Esse sangramento é provocado pelo rompimento do hímen (pele bem fininha que fica logo na entrada da vagina). Mas nem toda menina sangra. Isso acontece porque o hímen pode se romper de uma forma que não haja ruptura de vasinhos de sangue ou porque alguns tipos de hímen não se rompem nas primeiras transas.

5- E se o hímen não romper? O que acontece?
Não acontece nada. Algumas meninas têm o que chamamos de hímen complacente (mais elástico e resistente, que não se rompe com facilidade). Ele continuará lá, na entrada da vagina, e pode se romper no futuro.

6- Se eu não sangrar, meu namorado vai acreditar que eu sou virgem?
Muitos garotos sabem que nem toda garota tem sangramento da primeira vez. Se ele não acreditar, você explica a ele o que a gente escreveu aí em cima. Se, mesmo assim, ele continuar duvidando, você pode dar uma boa bronca nele, porque ele está pisando na bola. Por que será que os garotos ainda encanam tanto com essa história de virgindade?

7- É verdade que dói muito?
Não. Essa história de dor insuportável é exagero. A primeira vez e o rompimento do hímen provocam algum grau de desconforto e de dor. Mas não é nada do outro mundo, pelo menos para a maioria das meninas. Quanto mais tensa e insegura a menina estiver, maior será a dor. A tensão prejudica a dilatação e a lubrificação da vagina. Por isso, se bater muita ansiedade, que tal adiar um pouquinho o primeiro encontro?

8- Vou sentir prazer já na primeira vez?
Algumas meninas sentem prazer, sim, desde a primeira vez. Outras estão tão tensas e ansiosas que têm dificuldade de sentir prazer na transa. Se isso acontecer, não encane. Sexo é um longo aprendizado, e a gente melhora com a prática, com o tempo e com a intimidade.

9- A primeira transa muda o corpo, fazendo com que a menina fique com mais cintura?
Bobagem! A vida sexual não muda o corpo feminino. O corpo pode mudar pelas alterações hormonais que acontecem com a garota que está se desenvolvendo, não por causa da transa.

10- Devo ir ao médico antes ou depois da primeira vez?
Procure seu médico antes da primeira vez. Pergunte ao ginecologista tudo o que você quer saber. Discuta suas dúvidas. Garanta sua privacidade e uma linha direta de contato com seu médico. Isso é fundamental para a comunicação entre vocês. A mamãe fica na sala, do lado de fora, combinado? Escolha com o médico o melhor método anticoncepcional para você.

11- Como dizer para ele que quero ter a primeira vez?
Bater papo sobre sexo com seu namorado é fundamental. Se você acha que chegou a hora, qual o problema de dizer isso a ele? Ele não vai achar você vulgar por causa disso. Aliás, os garotos curtem cada vez mais a mulher que fala o que quer e que diz o que sente.

12- Não consigo transar. Fico totalmente fechada. O que acontece comigo?
Algumas meninas ficam tão nervosas e ansiosas que acabam tendo uma contração muscular muito intensa na região da vagina. Existe até nome para isso: vaginismo! Nessa situação, é muito difícil acontecer penetração, e ela pode ser bastante dolorosa. Muita calma nessa hora. Não adianta forçar. Espere um momento mais adequado. Se isso voltar a acontecer, procure a ajuda de um especialista, por exemplo, um terapeuta.

13- A menina pode perder a virgindade com os dedos?
Não é o mais comum, mas ela até pode perder a virgindade (ter o hímen rompido) com os dedos. Se ela ou o namorado introduzirem os dedos dentro da vagina, de uma maneira um pouco mais afoita, esse risco existirá, sim.

14- Perder a virgindade é igual a ter o hímen rompido?
Muita gente acha que sim, que a perda virgindade é o rompimento do hímen. Outras pessoas acham que perda da virgindade tem a ver com o início de uma vida sexual mais íntima com outra pessoa (brincadeiras, preliminares, sexo oral, sexo anal etc.). E, nesse caso, o rompimento do hímen seria apenas mais uma etapa. Será que essa segunda teoria não está mais adequada ao que rola hoje em dia?

15- Dá para usar camisinha feminina da primeira vez?
Até dá, mas é mais complicado. Os especialistas preferem que a garota inicie sua vida sexual com a camisinha masculina. E, aí sim, se preferir, poderá passar a usar a camisinha feminina.

16- Duas garotas que vão ter a primeira vez uma com a outra precisam de algum cuidado?
Precisam, sim, ter alguns cuidados básicos: sexo oral deve ser feito com proteção (camisinha cortada ou filme plástico na entrada da vagina), e objetos de uso íntimo (como vibradores) não devem ser compartilhados sem que estejam devidamente lavados, secos e limpos, certo? O ideal é que cada uma use o seu.
Fonte: Folha de São Paulo

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estudo sobre trabalho doméstico recebe menção honrosa no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

Nas últimas décadas ocorreram profundas mudanças em relação às mulheres. Elas conquistaram direitos, liberdade sexual e continuam a buscar cada vez mais espaço no mercado de trabalho. O novo cenário gerou impacto na estrutura social em diversas áreas, mas uma questão parece ter parado no tempo: a ocupação doméstica. Este foi o tema do artigo ´Por que o trabalho doméstico não é considerado trabalho?`, de Soraia Carolina de Mello, pesquisadora do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH), ligado ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC. O objeto de estudo – o feminismo da chamada segunda onda feminista, mais especificamente do Cone Sul – é analisado através de quatro revistas: as argentinas Brujas (a partir de 1983) e Persona (a partir de 1974), e as brasileiras Brasil Mulher (1975-85) e Nós Mulheres (1976-78). Soraia afirma que é difícil avaliar porque o trabalho doméstico não evoluiu, mesmo sendo discutido desde a década de 70.

“Ao mesmo tempo em que podemos acompanhar grandes mudanças no que se refere aos comportamentos tradicionais, podemos ver também, com o passar dos anos, como alguns comportamentos se mantêm, ou se reinventam. O trabalho doméstico é provavelmente um dos campos onde as desigualdades de gênero são mais marcadas, e talvez por isso as dificuldades em modificar a situação”, acredita.

O artigo também trata da falta de valor dessa atividade. A revista Persona afirma que essa desvalorização é decorrente do fato de não resultar em algo que se venda ou se compre, que gere dinheiro. “Na década de 1970 havia uma tendência geral em tentar compreender as sociedades a partir de preceitos econômicos, e essa tendência, aliada a teorias marxistas que circulavam entre os grupos feministas, nos ajuda a entender a tentativa de se explicar a submissão do trabalho doméstico e das mulheres como uma subordinação econômica”, afirma Soraia.

A autora também discute o comportamento “natural”, a aptidão “nata” das mulheres para exercerem cargos domésticos. “A ocupação doméstica não é vista como trabalho, por mais cansativa e por mais tempo que tome, porque sua jornada não tem fim. Mesmo feministas engajadas na luta pela igualdade acabam assumindo para si as obrigações domésticas”, lembra a pesquisadora. Soraia acredita que esta “lógica do dom” é uma construção sócio-cultural. “O esforço dos feminismos que observo em minha pesquisa é exatamente apresentar essa construção para desnaturalizar as funções domésticas femininas, buscando a divisão de trabalho nos lares e sua valorização”.

A autora acredita que o trabalho doméstico terá seu valor reconhecido, mas para isso acontecer são necessárias transformações sociais e culturais na imagem tradicional do que é ser mulher, nas relações de gênero, nos costumes nos lares. É também preciso políticas públicas de apoio à socialização do trabalho doméstico e uma legislação que realmente possibilite iguais oportunidades a homens e mulheres.

O artigo premiado é resultado de sua pesquisa de mestrado no Programa de Pós Graduação em História e recebeu menção honrosa na 5ª edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. O concurso nacional promovido pelo CNPq em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres premia redações e artigos científicos que abordam as temáticas de relações de gênero, mulheres e feminismo.

“É sempre importante ter seu trabalho reconhecido, ainda mais quando ele traz questões políticas que você considera relevantes. Também acho importante pelo fato de dar visibilidade ao grupo de pesquisa do qual faço parte, o qual realiza um trabalho realmente grande e cuidadoso”, comemora Soraia.

Mais informações pelo e-mail ufsc.legh@gmail.com / 3721-9606

Por Fernanda Burigo / Bolsista de Jornalismo na Agecom 

Fonte: http://www.ufsc.br/

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O amor em tempos de HPV



Produção do Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia (vinculado ao Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ) para prevenção dos tipos de câncer relacionados ao HPV (Vírus do Papiloma Humano). A animação foi feita com a técnica de Stop-motion em massinha. Mais informações no site www.oncobiologia.bioqmed.ufrj

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conae: Livros didáticos e escolas terão de incluir temática LGBT

Simone Harnik
Em Brasília
Os temas sobre orientação sexual e homossexualidade terão de aparecer nos livros didáticos e nas salas de aula. Pelo menos, foi essa a decisão da Conae (Conferência Nacional de Educação), que acontece em Brasília até amanhã (1º).

Segundo o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis, o movimento LGBT está satisfeito com a conferência. “Saímos vitoriosos. Se o país cumprir o que foi aprovado, a homofobia na escola está com os dias contados”, afirma.
A Conae pretende traçar diretrizes para a educação do país, que podem ser incorporadas no Plano Nacional de Educação. É este plano que define o que será prioridade no ensino brasileiro nos próximos dez anos.

Além da presença nos livros escolares, a temática LGBT deverá ser ensinada nas faculdades e cursos de formação de professores. Além disso, de acordo com Reis, a conferência definiu que o livro didático não poderá ter conteúdos que discriminam homossexuais. “É o fim das piadas sobre gays nos livros”, diz.
Propostas LGBT na conferência

O movimento LGBT levantou três propostas na Conae: o fim da homofobia na escola; que travestis possam usar o nome feminino nas salas de aula; e que a discriminação a homossexuais seja considerada crime no Brasil. “Hoje temos uma preocupação especial com a situação das travestis, que são as que sofrem mais discriminação na escola”, acrescenta.

Segundo Reis, entidades nacionais apoiaram os projetos, entre elas a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e a Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras).

Agora a ABGLT pretende utilizar a decisão da Conae como uma referência para pressionar por mudanças. “Queremos avaliar, monitorar, e acompanhar de forma propositiva as políticas públicas”, diz Reis.
Fonte:UOL Educação

sexta-feira, 5 de março de 2010

Mais uma cidade de SC quer proibir "pulseiras do sexo" em escolas

O prefeito de Itajaí (SC), Jandir Bellini (PP), afirmou na quinta-feira (4) que vai proibir o uso das pulseiras coloridas conhecidas como "pulseirinhas do sexo" nas escolas da rede municipal. A afirmação aconteceu dois dias depois da cidade de Navegantes (SC) determinar a proibição do acessório.

Navegantes (SC) proíbe uso de "pulseiras do sexo" em escolas
Crianças usam pulseira, mas sem significado sexual
Crianças ignoram significado adulto de "pulseiras do sexo"
Divulgação
Prefeito de Itajaí (SC) também quer proibir "pulseirinhas do sexo" nas escolas
Prefeito de Itajaí (SC) também quer proibir "pulseirinhas do sexo" nas escolas

Os adereços coloridos fazem parte de um jogo que começou na Inglaterra e chegou ao Brasil pela internet. A pessoa que tem sua pulseira arrebentada precisa cumprir a tarefa da cor correspondente. A brincadeira pode ir de um simples abraço à relação sexual de fato.

Segundo informações da Prefeitura de Itajaí, o prefeito deve encaminhar para a Câmara nos próximos dias o projeto de lei que proíbe o uso da pulseira, para possível aprovação. Em fevereiro, a Secretaria Municipal de Educação já tinha enviado um alerta aos pais de alunos sobre o assunto, informou a prefeitura.

Na cidade de Navegantes, as crianças e adolescentes estão proibidos de utilizar as pulseiras no ambiente escolar. Além disso, a prefeitura afirmou que serão feitas reuniões com os alunos, pais e responsáveis para alertar sobre o uso dos acessórios.
Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 2 de março de 2010

NIGS-UFSC lança II Concurso de Cartazes e Redações sobre Lesbofobia, Transfobia e Homofobia nas escolas

Lançado no último dia 1º o edital do "II Concurso de Cartazes sobre Lesbofobia, Transfobia e Homofobia nas Escolas". O evento é promovido pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) do Laboratório de Antropologia Social da UFSC e apoiado pelo Núcleo de Educação e Prevenção (NEPRE)/Regional Grande Florianópolis da Secretaria Estadual de Educação. O concurso tem como objetivo discutir as violências contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBTT) nas escolas da Grande Florianópolis e está inserido nas atividades do Dia Municipal contra a Homofobia, Lesbofobia e Transfobia -17 de maio, data instituída por lei no município de Florianópolis.

As inscrições para o II Concurso de Cartazes estão abertas até 10 de maio de 2010 e são gratuitas. Há duas categorias de participação. Uma, de cartazes, para estudantes de escolas públicas do ensino médio e fundamental de Santa Catarina e outra, criada nesta 2ª edição do prêmio, de redações, para estudantes de graduação em Pedagogia e/ou de cursos de licenciatura de várias disciplinas e de todas as universidades do estado. Para a primeira, estudantes de ensino médio e fundamental devem formar grupos, coordenados por uma professora, e confeccionar um cartaz que aborde temas relacionados às violências contra LGBTTT. Para a segunda, estudantes de graduação devem enviar uma redação sobre a mesma temática. Estudantes vencedores nas duas modalidades serão premiados com livros sobre gênero e sexualidade. Os prêmios coletivos relativos aos cartazes serão doados às bibliotecas de suas escolas.

O I Concurso de Cartazes aconteceu em maio de 2009 com a participação de 97 alunas de quatro escolas de Florianópolis. O evento faz parte do projeto de extensão Papo Sério (oficinas de gênero e sexualidade), apoiado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão da UFSC.

O edital do Concurso e mais informações podem ser obtidas no site http://www.nigs.ufsc.br e/ou http://sites.google.com/site/concursonigs
e as dúvidas esclarecidas através do e-mail nigsnuc@cfh.ufsc.br ou do telefone 3721 98 90 (Ramal 25) no horário comercial.
Fonte: www.ufsc.br

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Transexualismo é retirado de lista de doenças mentais na França

O transexualismo não é mais considerado uma doença mental na França, primeiro país no mundo que o retira da lista das patologias psiquiátricas, segundo um decreto publicado no "Diário Dficial" de quarta-feira (10).

Travestis ganham campanha antipreconceito e atendimento especial
Um terço dos gays assume sexualidade antes dos 15 anos, diz pesquisa em SP

O decreto, do Ministério da Saúde suprime a expressão "transtornos precoces de identidade de gênero" de um artigo do código da Previdência Social relativo a "patologias psiquiátricas de longa duração".

Tal classificação era realizada de acordo com a feita pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

A ministra da Saúde, Roselyne Bachelot, já havia anunciado no dia 16 de maio de 2009, antes do Dia Mundial da Luta Contra a Homofobia, que o transexualismo não seria mais considerado doença psiquiátrica na França.

Na ocasião, muitas personalidades do mundo político e científico escreveram um artigo, divulgado na imprensa, para pedir à OMS que "não considerasse os transexuais como pessoas afetadas por transtornos mentais".

"A França é o primeiro país no mundo que já não considera o transexualismo como patologia mental", afirmou na sexta-feira (12) à AFP Joël Bedos, responsável francês no Comitê IDAHO (International Day Against Homophobia and Transphobia). "É histórico", acrescentou Philippe Castel, porta-voz da Associação de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais. "Era algo muito importante e muito esperado desde a promessa" de Roselyne Bachelot, acrescentou.

Para explicar sua classificação, a OMS diz que o transexualismo figura na lista de patologias registradas no manual médico DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), feito por médicos americanos. A revisão do manual, em curso, não parece prever a retirada do transexualismo, segundo Joël Bedos.

Os transexuais franceses, apagados da lista que consideravam estigmatizante, continuarão com suporte da Previdência Social, disse Bachelot em setembro último.

O Comitê espera continuar seu combate para que a OMS retire também o transexualismo de sua lista.
fonte: Folha de São Paulo
da France Presse, em Paris

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Brasil nacionaliza teste que detecta Aids em 15 minutos

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou a conclusão do processo de nacionalização de um teste que permite detectar a presença do HIV em apenas 15 minutos.
Desenvolvida pelo laboratório norte-americano Chembio, a tecnologia começou a ser transferida para o Brasil em 2004 --a Fiocruz poderá, agora, fabricar o teste, que custará US$ 2,60 cada um. No preço, está incluído o pagamento de royalties para a Chembio. Anteriormente, o governo gastava US$ 5 por teste.
Segundo o gerente de desenvolvimento de reativos para diagnóstico da unidade de Bio-Manguinhos, Antonio Gomes Ferreira, os testes convencionais dependem do envio da amostra de sangue para um laboratório, o que dificulta o diagnóstico em locais remotos.
Com o teste agora nacionalizado, uma gota de sangue é suficiente para um diagnóstico 99% eficaz, revelado no local da coleta em um período de 10 a 15 minutos. No Brasil, o método já é difundido em maternidades, para evitar a transmissão de mãe para filho nos partos em que a gestante não foi submetida ao teste de HIV no pré-natal.
Agora, o Ministério da Saúde quer expandir seu uso também para os CTAs (Centros de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids). Em 2009, serão encaminhados 3,3 milhões de kits dos testes às unidades de saúde.
Ferreira diz que a disseminação do produto ajudará no diagnóstico precoce da doença, o que aumenta a sobrevida. Para o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, o domínio da tecnologia facilitará o desenvolvimento de testes rápidos para outras doenças, como a leishmaniose e a leptospirose.
Além disso, a instituição já está desenvolvendo, com a Chembio, um teste rápido para confirmação do diagnóstico do HIV --a comprovação é necessária nos casos da doença. Se tiver sua eficácia comprovada, será o primeiro teste confirmatório do mundo a dispensar infra-estrutura laboratorial.
A Fiocruz anunciou também novidades no desenvolvimento de anti-retrovirais, usados no tratamento. A instituição fornecerá o Efavirenz 600 mg, fruto do primeiro licenciamento compulsório do país, e entrará com o pedido de registro para uma pílula que combina três princípios ativos.
Além dessas formulações para uso adulto, a unidade de Farmanguinhos trabalhará no desenvolvimento de versões infantis dos dois remédios. A instituição já aguarda o registro do primeiro anti-retroviral para crianças do país.
Mais exames
O teste rápido já contribuiu para que mais pessoas se submetam ao exame do HIV, diz a diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão. Segundo ela, o aumento da oferta desse exame é uma das explicações para o resultado de um levantamento feito pelo Ministério da Saúde com dados de 2008, que mostra que cerca de 40% da população com idade entre 15 e 54 anos já fez o teste anti-HIV pelo menos uma vez. Em 2004, o índice era de 28%. Os dados foram apresentados ontem pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no Dia Mundial de Luta contra a Aids, em Brasília.
Estima-se que cerca de 255 mil pessoas no país estejam infectadas pelo HIV e ainda não tenham se testado. "O que preocupa é que a testagem está muito concentrada ainda nas grávidas. É preciso expandi-la", disse Simão.
DENISE MENCHEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
LARISSA GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

domingo, 17 de janeiro de 2010

AIDS : Faça o teste!

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes, realizados a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos a partir de uma gota de sangue da ponta do dedo.

Esses testes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente. Nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), unidades da rede pública, os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. Além disso, as mães soropositivas que forem orientadas corretamente e seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto reduzem as chances de terem filhos HIV positivos. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido, faça o exame!
http://www.todoscontraopreconceito.com.br