domingo, 28 de novembro de 2010

Brasil vai produzir Ritonavir

Medicamento, que não necessita refrigeração, será fabricado em parceria com oito países, sendo que Brasil fará a síntese. Intenção é garantir acesso universal

Conteúdo extra: Galeria de fotos
Pela primeira vez, uma cooperação entre oito países vai permitir a produção de uma formulação mais moderna pra Aids: o ritonavir termoestável (resistente ao calor). A parceria para produção do remédio ocorre entre Brasil, Argentina, Cuba, China, Ucrânia, Rússia, Tailândia e Kênia, desde 2004.
O princípio ativo veio da China, sendo que o Governo Brasileiro por meio de Farmanguinhos, fará a síntese do medicamento e a transferência de tecnologia para os demais. Por enquanto, o Brasil ainda precisa realizar os testes clínicos e pré-clinicos para ver como o organismo reage ao princípio ativo. Essa etapa ainda não tem previsão para ser finalizada.
“O governo Lula incorporou essas cooperações com países em desenvolvimento como uma prioridade política. Essa é uma via de mão dupla, onde todos saem ganhando”, explica o diretor do departamento, Dirceu Grecco.
Com a ampliação da cooperação internacional a idéia é fomentar o acesso universal em várias regiões do mundo. Os países participantes não podem cobrar um preço mais caro do medicamento que outros, a intenção é baratear a produção e tornar a rede multiplicadores da tecnologia.
Em alguns países, a cooperação se dá com entidades públicas e naqueles que não têm laboratórios públicos com o aparato tecnológico tão moderno, a parceria será com laboratórios privados.
O ritonavir comum já é oferecido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais ao paciente com resistência aos antirretrovirais comuns e o consumo corresponde a 2% do orçamento, são cerca de 38.650 pacientes que recebem o medicamento. A molécula termoestável - um polimorfo do primeiro – tem a vantagem de não necessitar de refrigeração. O ritonavir termoestável é produzido por um processo de extrusão, que oferece estabilidade ao medicamento.
Além de ser reconhecida internacionalmente, a política de aids também trabalha com a doação de medicamentos, uma forma de ajuda humanitária. Em 2009 foram doados tratamentos para mais de 6 mil pessoas. Todas as doações são de remédios produzidos no país por laboratórios oficiais e que não interferem na continuidade de tratamento dos pacientes brasileiros.
Mais do que os medicamentos, o Brasil oferece também capacitações, o consenso – documento com as diretrizes para fornecimento de antirretrovirais - para que os países possam basear suas decisões e a logística de distribuição.
O governo brasileiro também está montando uma fábrica de produção de antirretrovirais em Moçambique.
Todas estas decisões fazem da política de aids um modelo para os países em desenvolvimento. Mostra que o país, tem soberania, para decidir tanto em termos de saúde, como em níveis econômicos, quando faz um licenciamento compulsório do Efavirenz ou quando consegue reduzir preços dos medicamentos
Países que receberam doações (unidade – tratamento) em 2009:
  • São Tomé e Principé - 40
  • Cabo Verde - 220
  • Burkina Fasso - 200
  • Nicarágua - 200
  • Guiné Bissau - 3.000
  • Timor Leste - 25
  • Caricon - 432
  • Bolívia - 400
  • Paraguai - 1.704
http://www.aids.gov.br

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